quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Senti-me tão pequeno...

Um som ecoou pelas vias virtuais,
na tela de luz brilhou um nome:
- Impressionantes letras garrafais!...
... busquei um sonho. Sonho dum clone...


Então, eu era o rei dos imortais;
... soltei a voz translúcida que consome!
Comi o feijão dos tempos reais
E fiquei sem luz no ciclone!...


Criei cada movimento discreto;
tive o sexo forte e concreto!...
... e tomei todo fluxo que ele inflama!


Senti-me tão pequeno... tão ínfimo...
Mesmo assim lambi o seu íntimo,
e suguei a vaidade da cigana!...


Machado de Carlos

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ode Cigana



Tu és uma miragem? Contemplo tua imagem, minha luma.
Estático, divago, mudo!
Num único ímpeto me desnudo!
Mergulho no teu mar! No teu tudo.
Ah! Na banheira, teu corpo absorto acoberta as espumas,

Somos loucos de nós, engulo a tua voz, meu mundo cora!...
De corpo e alma nos entregamos;
Nada lá fora!... Nem os desenganos!...
Agora, só nós, nus e profanos!
Louco de tensão!... Entrego-me a emoção!...Beijo tua rosa!...

Nada tem nexo, beijo teu sexo, como rei dos amores.
Ouvimos o bailar do olmeiro,
O balançar lento do veleiro;
Enquanto absorvo todo o teu cheiro!...
Estamos de passagem, numa longa viagem sem pudores!...

Em ti encontrei a minha vida, a saída para os meus tristes ais.
Declaro-te, enfim, todo o meu amor!
Assinado com o espinho da flor;
Agora a Galáxia tem mais cor!...
Vamos para o infinito, pois, tudo está escrito!... Nada mais!...


Machado de Carlos